Sem dinheiro não conseguimos nem pegar um ônibus, comer, vestir ou fazer parte de alguma atividade social que se auto mantenha - a não ser que outros estão custeando nossa presença - o que é feito de fato quando um templo recebe a todos para um culto, louvação ou atividade mediúnica caritativa. Sempre há gastos e, se estamos sendo recebidos graciosamente e gratuitamente, alguém está custeando os gastos para realizar tal empreitada.
O bem mais precioso, que é a vida, nos foi concedido gratuitamente assim como também a Presença de Deus; são bens que não se compram, vendem ou trocam. Daí a máxima: "dar de graça o que de graça recebemos ". Por esta máxima se dá a ética: Não cobrar um único centavo pelo trabalho espiritual realizado nos Templos, que são a casa de Deus, em que se reconhece o poder de realização muito além de nosso querer, ego ou vaidade. Gratuitamente está ali a Graça Divina e o poder de ação de nossos Guias e Orixás.
No entanto quem paga água, luz, produtos de limpeza, velas, defumação, bebidas, fumo e outros elementos ritualísticos usados nos assentamentos, além de outros encargos e cobranças relativas à legalização e contabilidade de um Templo? O dirigente deve pagar tudo a fim de fazer a sua condição de "beneficiário maior" ou este é o seu "Carma", o de manter e sustentar sozinho o trabalho que é realizado por um grupo de médiuns, uma comunidade? Então os outros médiuns, todos templos vivos de Deus e sacerdotes deste templo individual, que se reúnem no coletivo (terreiro), não tem a mesma responsabilidade que seu dirigente/sacerdote, guardando as proporções a que cada um foi chamado em sua missão?
Para um médium assumir, realmente este compromisso mediúnico/sacerdotal deve ter na Umbanda, em sua mediunidade e missão espiritual, uma prioridade perante a vida, na qual não deve haver compromisso que seja, que o libere de estar presente de forma consciente de suas responsabilidades que não se limitam a " vir e vestir o branco". Direitos e deveres, obrigações e responsabilidades, também fazem parte de um trabalho espiritual. Se, de um lado, tudo recebemos do "espírito", de Deus e de suas Divindades e Entidades, por outro vivemos e nos movimentamos em um mundo real, no qual estamos em sociedade com suas regras e leis que devem ser observadas, respeitadas e cumpridas.
Não é difícil identificar médiuns acomodados, encostados e muito mal informados que reclamam em contribuir para as condições físicas, básicas e mínimas necessárias para se realizar um trabalho espiritual, e com o mínimo de higiene, limpeza e dignidade, e recursos. Se o mundo espiritual é sagrado na realidade do terreiro, o próprio terreiro em si, como a casa que recebe e acolhe o "Espírito", a Deidade, também é Sagrado. O chão do Templo é solo sagrado no qual pisam os Orixás e Guias Espirituais, as paredes são sagradas, tanto quanto o altar e a tronqueira, pois tudo compõem o todo que é a casa da Fé espaço mágico-religioso, no qual se manifesta o Mistério Maior por meio de seus adeptos: força poder e mistério que está presente, também em cada pedaço de pedra que compõem o Terreiro de Umbanda.
Então irmãos, dar uma contribuição mensal para a manutenção de seus trabalhos espirituais e outras atividades realizadas pelo (terreiro/templo) que o acolheu é o mínimo que se espera de quem assumiu este compromisso.
Geralmente as colaborações individuais para a manutenção de um terreiro não passam de uma ou duas pizzas... mas... (sempre tem um "mas" para aqueles que sempre estão descontentes, reclamando de tudo) há uma opção muito interessante e pela qual "muitos umbandistas descontentes" já fizeram. Trocar esta colaboração, esta mensalidade por 10% do seu salário, apresentando seu holerite para o cálculo do bom e justo "dízimo", devidamente explicado no livro Sagrado da Bíblia ( (Gênesis 14,18): Melquisedec, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, mandou trazer pão e vinho, e abençoou Abraão, dizendo: " Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo, que criou o céu e a terra! Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos"!. E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo...
Axé a todos.
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