O reflexo da comunidade
na vida do templo religioso
Muitos vêm ao terreiro por causa de problemas, que quando
solucionados, acabam não voltando mais. Tudo bem, a Umbanda é para todos!!! Mas
tem aqueles que voltam, e voltam assiduamente que a cada gira começam a fazer
parte da família do terreiro.
A dúvida na fase “boa” da pessoa é que “se está tudo bem, o
que eu vou fazer lá?”, ou então para aqueles que querem ir é “se esta tudo bem,
o que eu falo para o guia quando ele me atender?”.
Pessoal, Umbanda é RELIGIÃO. Os guias trabalharão em seus
problemas na medida em que for permitido e for merecido. Vocês não precisam
“caçar” problemas para terem motivos de estarem em um terreiro.
Como religião, a Umbanda tem fundamento e isso significa que
muitas coisas acontecem fora das giras, até mesmo de segunda a segunda.
É preciso deixar claro que o terreiro não é algo fechado aos
médiuns da casa. Não existem encontros secretos! Ele esta aberto todos os dias
para quem precisar vir. As giras ocorrem às sextas-feiras e quando tem festa,
estas são aos sábados.
O terreiro tem sua vida, tem seu dia-dia, tem suas
necessidades. Mas como uma igreja católica, evangélica, ou outra, precisa das
pessoas para existir. Não existe missa sem padre, nem uma igreja sem
comunidade. Um reflete no outro e, o outro.
O terreiro de Umbanda também é assim, não existe terreiro sem
médiuns, não existem médiuns se não existisse a espiritualidade, não existe
trabalho de caridade sem existir a necessidade de entender e resolver problemas
e evoluir. A caridade não esta nos guias espirituais somente, está em todos.
Se você não tem nenhum dom mediúnico para ajudar alguém saiba
que estar num terreiro já é uma ajuda que você está dando a si mesmo. Pois esta
se dando a oportunidade de encontrar um caminho, alimentar sua fé, aprender,
compartilhar de boas vibrações e se equilibrar além de tantas outras coisas.
Hoje vemos grandes igrejas, mas esquecemos de que no passado
íamos a dezenas de quermesses comer mandioca frita ou jogar bingo. Quermesses
essas feitas para arrecadar fundos para obras.
As quermesses diminuíram e ninguém se pergunta o porquê, só
lamentam dizendo que “no meu tempo era bom, tinha quermesses, conhecíamos a
comunidade e hoje nem sabemos o nome do vizinho”. A resposta da diminuição do
número de quermesses esta no fato de que eles conseguiram realizar suas obras.
Ponto! Algumas sobreviveram por tradição.
Se recordarmos, antigamente os terrenos eram baratos porque
as cidades precisavam crescer. Muitas religiões realizavam seus cultos e missas
em salões comunitários ou em escolas até conseguirem verbas para suas obras, o
que não demorava.
Elas realizavam a coleta de dízimos, quermesses, brechós,
bingos e tudo que pudesse gerar renda. Para a comunidade católica, por exemplo,
os de “cima” – no sentido hierárquico - enviavam os padres. Cabia ao padre
conquistar sua comunidade. Os projetos vinham de “cima”, mas a realização vinha
de “baixo” – da comunidade.
Isso é uma regra nem sempre estipulada verbalmente, mas em
acordo inconsciente de cada parte envolvida. Ou por acaso alguém fez algum
grande templo religioso primeiro pra
depois chamar a população, sem saber se ela viria?
A necessidade gera, o contrário não existe.
No texto anterior (Nº 01) falamos da dificuldade em irmos ou
encontrarmos um terreiro, por causa do medo ou pelo fato dos terreiros estarem
no fundo de quintais de umbandistas, o que reforça a crença de muitas pessoas
que acham que é para se esconder.
Por isso é que chamamos você para essa reflexão: “sou apenas
alguém em busca de ajuda, ou sinto carinho por esse lugar e pela doutrina?”.
Lembre-se, a Umbanda é para todos! Não se sinta cobrado em
responder esse questionamento aos guias e médiuns. Responda para o seu coração
e não tenha medo em admitir qualquer resposta. O tempo responderá para quem
ainda não sabe.
É preciso começar a
quebrar o muro que nos separam uns dos outros e apagar as trevas da ignorância
para que a religião Umbanda não fique nos fundos dos nossos corações também.
Para que a religião se manifeste, é preciso a manifestação dela dentro de cada
um e isso é regra para qualquer religião.
Procuramos em tantos
caminhos encontrar o mesmo Deus e às vezes demoramos a encontrar. Se para você
a Umbanda é o seu caminho, então venha caminhar com a gente. E em caso de
qualquer dúvida, procure os sacerdotes da casa ou algum filho de fé.
Axé!
Filhos de Fé.
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Demora, mas a gente acaba encontrando o caminho q é nosso. Fico feliz por chegar ao lugar q meu coração sempre buscou. E agradecida por conhecer tantos outros lugares antes de chegar até aqui,eles foram pontes e importantes pra me preparar e amar a Umbanda como eu amo, pra amar a casa q me acolhe a cada sexta-feira com todo o amor do mundo.
ResponderExcluirAxé irmã todos são sempre bem vindos nesse terreiro, continue assim. Um abraço Mãe Regiane.
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