Se pesquisarmos, caridade significa: um sentimento ou uma ação altruísta de ajuda a alguém sem busca de
qualquer recompensa. A prática da caridade é notável indicador de elevação
moral e uma das práticas que mais caracterizam a essência boa do ser humano,
sendo, em alguns casos, chamada de ajuda humanitária.
Para preço, encontramos as seguintes definições:
Recompensa; castigo; valor;
importância; superior a todo preço, inestimável; custe o que custar.
Existem várias outras definições para caridade, ou várias maneiras de
compreendê-la de acordo com a crença ou vivência de cada um.
Para os umbandistas e simpatizantes a caridade nem sempre é bem compreendida.
Existem irmãos que dizem que fazer a caridade é ir ao terreiro de
umbanda uma vez por semana, vestir o branco e incorporar, afirmando que quem
esta recebendo a caridade é o guia, pois o médium permite que ele venha
trabalhar para poder evoluir. O que na verdade é o contrário, já que é o médium
que acaba por aprender e compreender diversas situações e pessoas, e tem por
fundamento auxiliar e permitir o auxilio, quando merecido.
Existem irmãos umbandistas que se utilizam da “caridade” para
justificar sua falta de iniciativa na vida, seus fracassos e frustrações,
alegando que não precisam correr atrás de nada, pois os guias sabem e resolvem
tudo. Outros que se deixam explorar em nome da caridade, se fazendo de coitados,
vítimas da vida. Que seus guias ajudam a todos, menos a ele. Não aceitam ajuda
e afirmam “dar de graça o que se recebe de graça”, mas quando estão atolados em
dividas, praguejam e dizem que o preço da caridade é a ingratidão dos que a
receberam. Utilizam-se da caridade como um meio e não um fim em si mesmo.
E existem também aqueles dirigentes que não aceitam ajuda, pois querem
se manter independentes numa postura autossuficiente e arrogante. Não ensinam o
valor de se manter um templo e falam mal dos médiuns que não lhe agradam,
dizendo que não escolhem seus filhos, mas fazem a caridade em aceitá-los.
Existem também as pessoas que vão ao terreiro buscar ajuda e acham que
é obrigação (a caridade) dos médiuns ou da casa ela sair com tudo resolvido, principalmente
quando é realizado algum trabalho. Esquecem essas pessoas do merecimento.
Enfim, a caridade ainda é mal compreendida, não somente na Umbanda.
Vamos tratar da palavra caridade no sentido social:
Você faz uma caridade doando determinada coisa à determinada pessoa em alguma ocasião ou período. Resultado: você se sente mais tranquilo e com dever cumprido. (Ação altruísta, filantrópica).
Agora vamos incluí-la no sentido social novamente, mas com uma abordagem filosófica:
Em nome da caridade muitas pessoas acabam por se tornarem ausentes em suas responsabilidades e entram num mundo de comodismos frente às injustiças e problemas sociais, aceitam a violência em todos os sentidos e toda ação negativa da sociedade ou de um determinado indivíduo, apoiando-se na afirmação de que isso é permitido dentro do processo evolucionista do ser. Que a caridade nada mais é do que aceitação e ponto!
Talvez tenhamos uma ideia da caridade que não é adequada, que é sermos bonzinhos. Muitas vezes, corremos o risco que, em nome da caridade, façamos silêncio ou nos desviemos de confrontos. Mas a caridade tem uma face de grande transparência e frontalidade. A caridade é verdade. Por isso, não podemos deixar de sermos críticos em relação à injustiça e ao mal.
Somos educados a fazer a caridade, e não a receber. Não nos ensinam que a caridade pode ser feita para nós mesmo, quando compreendemos nossos limites, nossas necessidades e nos conhecemos profundamente. Quando aprendemos a dizer sim ou não para as diversidades da vida e nos tornamos verdadeiros, e quando paramos de seguir padrões estabelecidos por uma sociedade em desequilíbrio estamos sendo caridosos com a gente.
Ou seja, a caridade esta ligada a toda ação que tem como pano de fundo a evolução da conduta moral do ser, e o elemento dessa caridade pode ser desde um prato de comida, boas palavras ou mesmo a não aceitação de determinada ação negativa perante uma sociedade.
A caridade no sentido espiritual:
No cristianismo a caridade é apresentada como "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo".
Ou seja: amar ao próximo como você mesmo deve se amar! Amar-se significa cuidar de si, ser verdadeiro consigo, buscar a transformação no sentido positivo, aprender com os erros, ter paciência, entre outras coisas boas que devemos desejar a nós mesmo, sem culpa. Não confundam com egoísmo, consumismo e outros aspectos da vida mundana.
Sendo assim, o cristianismo também prega a caridade (amor) como algo do indivíduo para consigo e somente a partir dessa compreensão é que se fará a caridade para com o outro. Isso é a aceitação da força divina na vida desse ser imperfeito, mas que quer ligar-se a Deus através da sua evolução nesse plano da vida. Todas as outras ações são consequências disso. É quando o ser irá buscar compartilhar dessa mesma verdade para que outros também a encontrem.
Mas isso somente será compreendido quando aceitar Deus como sua ligação maior e a caridade com o outro como a ação de amor para com Deus. Mas não significa aceitar o mal, de maneira alguma.
O espiritismo entende a caridade como um dever moral de todo homem e que não se resume apenas ao auxílio material. A caridade, portanto, reflete o princípio cristão fundamental de amor mútuo entre todos, independentemente da situação em que se encontrem, tendo aplicação no âmbito moral e material.
O espiritismo tenta, pela demonstração ao homem de sua condição de espírito imortal, impulsioná-lo à doação de si próprio ao bem daqueles que dele podem obter auxílio. Sempre temos algo a oferecer. Quando o homem enxerga a vida como algo finito, efêmera, ao passar do tempo, o seu instinto natural de conservação lhe impulsiona ao egoísmo. De modo contrário, para o que vislumbra a imortalidade, o tempo deixa de ser algo a temer e o foco da vida passa a ser o presente. A caridade, neste caso, é como um mero trabalho que um trabalhador executa, naturalmente.
O diferencial proposto pelo Espiritismo é conceber a caridade como um dever natural decorrente da própria natureza e da ordem das coisas ao invés de mais um ensino moral. Entendendo o espírito que já passou e passará pelas mais diversas situações em diferentes encarnações no caminho da evolução, qualquer prejuízo que gere a outrem será um prejuízo causado contra si; de forma contrária, qualquer auxílio prestado a outrem será também um auxílio prestado a si. Todos estes exemplos mostram que a caridade forma um ciclo virtuoso de progresso geral e traz para o campo científico-filosófico o que era apenas matéria religiosa.
Para os umbandistas e simpatizantes a caridade é mostrada da mesma forma. Entretanto a compreensão nem sempre é possível, afinal, existem várias manifestações da Umbanda e uma enorme dificuldade em tratá-la como religião com fundamentos.
Agora você descobriu qual é o verdadeiro sentido da caridade? E o preço que ela tem?
Nesse caso, o preço da caridade esta em sair do comodismo. Assuma suas responsabilidades com amor, conhecimento, fé, esperança, compreensão, solidariedade, mudando de padrões, realizando ações concretas, sem medo ou vergonha, mas simplesmente por amor ao nosso Criador.
Ninguém é obrigado a fazer a caridade. Ela é uma escolha individual. Caridade não é um favor que se faz, mas uma "filosofia" de vida. É a chave da nossa ligação com o Criador e com sua criação. Não se cobra por ela e nem se espera recompensa! Simplesmente a vivemos por amor a nosso Pai Maior.
E caso for abordado algo que se refere à colaboração material para com um templo, seja ele qual for, compreendam que o plano material nos serve neste presente momento de sustentação para a nossa evolução, e esse templo esta neste plano. Que aqui podemos nos conectar a Deus, a nós mesmos e ao nosso semelhante, vivendo em caridade. Mas que é fundamental sua manutenção e não confunda isso com "cobrar pela caridade".
Axé!
Filha de Fé
Núcleo de Umbanda
Pai Ogum de Ronda e Cabocla Jurema
Você faz uma caridade doando determinada coisa à determinada pessoa em alguma ocasião ou período. Resultado: você se sente mais tranquilo e com dever cumprido. (Ação altruísta, filantrópica).
Agora vamos incluí-la no sentido social novamente, mas com uma abordagem filosófica:
Em nome da caridade muitas pessoas acabam por se tornarem ausentes em suas responsabilidades e entram num mundo de comodismos frente às injustiças e problemas sociais, aceitam a violência em todos os sentidos e toda ação negativa da sociedade ou de um determinado indivíduo, apoiando-se na afirmação de que isso é permitido dentro do processo evolucionista do ser. Que a caridade nada mais é do que aceitação e ponto!
Talvez tenhamos uma ideia da caridade que não é adequada, que é sermos bonzinhos. Muitas vezes, corremos o risco que, em nome da caridade, façamos silêncio ou nos desviemos de confrontos. Mas a caridade tem uma face de grande transparência e frontalidade. A caridade é verdade. Por isso, não podemos deixar de sermos críticos em relação à injustiça e ao mal.
Somos educados a fazer a caridade, e não a receber. Não nos ensinam que a caridade pode ser feita para nós mesmo, quando compreendemos nossos limites, nossas necessidades e nos conhecemos profundamente. Quando aprendemos a dizer sim ou não para as diversidades da vida e nos tornamos verdadeiros, e quando paramos de seguir padrões estabelecidos por uma sociedade em desequilíbrio estamos sendo caridosos com a gente.
Ou seja, a caridade esta ligada a toda ação que tem como pano de fundo a evolução da conduta moral do ser, e o elemento dessa caridade pode ser desde um prato de comida, boas palavras ou mesmo a não aceitação de determinada ação negativa perante uma sociedade.
A caridade no sentido espiritual:
No cristianismo a caridade é apresentada como "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo".
Ou seja: amar ao próximo como você mesmo deve se amar! Amar-se significa cuidar de si, ser verdadeiro consigo, buscar a transformação no sentido positivo, aprender com os erros, ter paciência, entre outras coisas boas que devemos desejar a nós mesmo, sem culpa. Não confundam com egoísmo, consumismo e outros aspectos da vida mundana.
Sendo assim, o cristianismo também prega a caridade (amor) como algo do indivíduo para consigo e somente a partir dessa compreensão é que se fará a caridade para com o outro. Isso é a aceitação da força divina na vida desse ser imperfeito, mas que quer ligar-se a Deus através da sua evolução nesse plano da vida. Todas as outras ações são consequências disso. É quando o ser irá buscar compartilhar dessa mesma verdade para que outros também a encontrem.
Mas isso somente será compreendido quando aceitar Deus como sua ligação maior e a caridade com o outro como a ação de amor para com Deus. Mas não significa aceitar o mal, de maneira alguma.
O espiritismo entende a caridade como um dever moral de todo homem e que não se resume apenas ao auxílio material. A caridade, portanto, reflete o princípio cristão fundamental de amor mútuo entre todos, independentemente da situação em que se encontrem, tendo aplicação no âmbito moral e material.
O espiritismo tenta, pela demonstração ao homem de sua condição de espírito imortal, impulsioná-lo à doação de si próprio ao bem daqueles que dele podem obter auxílio. Sempre temos algo a oferecer. Quando o homem enxerga a vida como algo finito, efêmera, ao passar do tempo, o seu instinto natural de conservação lhe impulsiona ao egoísmo. De modo contrário, para o que vislumbra a imortalidade, o tempo deixa de ser algo a temer e o foco da vida passa a ser o presente. A caridade, neste caso, é como um mero trabalho que um trabalhador executa, naturalmente.
O diferencial proposto pelo Espiritismo é conceber a caridade como um dever natural decorrente da própria natureza e da ordem das coisas ao invés de mais um ensino moral. Entendendo o espírito que já passou e passará pelas mais diversas situações em diferentes encarnações no caminho da evolução, qualquer prejuízo que gere a outrem será um prejuízo causado contra si; de forma contrária, qualquer auxílio prestado a outrem será também um auxílio prestado a si. Todos estes exemplos mostram que a caridade forma um ciclo virtuoso de progresso geral e traz para o campo científico-filosófico o que era apenas matéria religiosa.
Para os umbandistas e simpatizantes a caridade é mostrada da mesma forma. Entretanto a compreensão nem sempre é possível, afinal, existem várias manifestações da Umbanda e uma enorme dificuldade em tratá-la como religião com fundamentos.
Agora você descobriu qual é o verdadeiro sentido da caridade? E o preço que ela tem?
Nesse caso, o preço da caridade esta em sair do comodismo. Assuma suas responsabilidades com amor, conhecimento, fé, esperança, compreensão, solidariedade, mudando de padrões, realizando ações concretas, sem medo ou vergonha, mas simplesmente por amor ao nosso Criador.
Ninguém é obrigado a fazer a caridade. Ela é uma escolha individual. Caridade não é um favor que se faz, mas uma "filosofia" de vida. É a chave da nossa ligação com o Criador e com sua criação. Não se cobra por ela e nem se espera recompensa! Simplesmente a vivemos por amor a nosso Pai Maior.
E caso for abordado algo que se refere à colaboração material para com um templo, seja ele qual for, compreendam que o plano material nos serve neste presente momento de sustentação para a nossa evolução, e esse templo esta neste plano. Que aqui podemos nos conectar a Deus, a nós mesmos e ao nosso semelhante, vivendo em caridade. Mas que é fundamental sua manutenção e não confunda isso com "cobrar pela caridade".
Axé!
Filha de Fé
Núcleo de Umbanda
Pai Ogum de Ronda e Cabocla Jurema
Referências:
CUMINO, A. - Caridade na Umbanda – Disponível em: http://lacosespirituais.wordpress.com/2013/04/02/caridade-na-umbanda-por-alexandre-cumino/.
CARIDADE. Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caridade.
O preço da caridade. Blog Cidade Eterna. Disponível em: http://amar-tesomente.blogspot.com.br/2010/01/o-preco-da-caridade.html.
Falar sobre caridade de fato é muito complexo e profundo. Compreender "caridade" é um exercício que deve ser realizado constantemente. E infelizmente ainda ligamos a "caridade" á ações materiais.
ResponderExcluirMas se assim ainda for o único meio de compreende-la, então que sejamos racionais ao tratá-la de tal maneira.
A "caridade" no sentido material (doação) para com um templo deve ser definitivamente parada de ser tratada como um TABU.
É cansativo demais para os dirigentes religiosos (seja de qualquer religião) tentar explicar que caridade é uma coisa e manutenção do templo é outra.
Sendo assim, vamos ser coerentes e tratar cada questão da maneira que deve ser tratada, sem "mas"...
Caridade não é doação material, mas doação material é uma forma de se fazer a caridade, pois através do espaço material que podemos viver a caridade.