sexta-feira, 26 de abril de 2013

MENSAGENS AOS IRMÃOS DA ASSISTÊNCIA - Nº 02


O reflexo da comunidade na vida do templo religioso

Muitos vêm ao terreiro por causa de problemas, que quando solucionados, acabam não voltando mais. Tudo bem, a Umbanda é para todos!!! Mas tem aqueles que voltam, e voltam assiduamente que a cada gira começam a fazer parte da família do terreiro.

A dúvida na fase “boa” da pessoa é que “se está tudo bem, o que eu vou fazer lá?”, ou então para aqueles que querem ir é “se esta tudo bem, o que eu falo para o guia quando ele me atender?”. 
  

Pessoal, Umbanda é RELIGIÃO. Os guias trabalharão em seus problemas na medida em que for permitido e for merecido. Vocês não precisam “caçar” problemas para terem motivos de estarem em um terreiro.
Como religião, a Umbanda tem fundamento e isso significa que muitas coisas acontecem fora das giras, até mesmo de segunda a segunda.

É preciso deixar claro que o terreiro não é algo fechado aos médiuns da casa. Não existem encontros secretos! Ele esta aberto todos os dias para quem precisar vir. As giras ocorrem às sextas-feiras e quando tem festa, estas são aos sábados.

O terreiro tem sua vida, tem seu dia-dia, tem suas necessidades. Mas como uma igreja católica, evangélica, ou outra, precisa das pessoas para existir. Não existe missa sem padre, nem uma igreja sem comunidade. Um reflete no outro e, o outro.

O terreiro de Umbanda também é assim, não existe terreiro sem médiuns, não existem médiuns se não existisse a espiritualidade, não existe trabalho de caridade sem existir a necessidade de entender e resolver problemas e evoluir. A caridade não esta nos guias espirituais somente, está em todos.

Se você não tem nenhum dom mediúnico para ajudar alguém saiba que estar num terreiro já é uma ajuda que você está dando a si mesmo. Pois esta se dando a oportunidade de encontrar um caminho, alimentar sua fé, aprender, compartilhar de boas vibrações e se equilibrar além de tantas outras coisas.

Hoje vemos grandes igrejas, mas esquecemos de que no passado íamos a dezenas de quermesses comer mandioca frita ou jogar bingo. Quermesses essas feitas para arrecadar fundos para obras.

As quermesses diminuíram e ninguém se pergunta o porquê, só lamentam dizendo que “no meu tempo era bom, tinha quermesses, conhecíamos a comunidade e hoje nem sabemos o nome do vizinho”. A resposta da diminuição do número de quermesses esta no fato de que eles conseguiram realizar suas obras. Ponto! Algumas sobreviveram por tradição.

Se recordarmos, antigamente os terrenos eram baratos porque as cidades precisavam crescer. Muitas religiões realizavam seus cultos e missas em salões comunitários ou em escolas até conseguirem verbas para suas obras, o que não demorava.

Elas realizavam a coleta de dízimos, quermesses, brechós, bingos e tudo que pudesse gerar renda. Para a comunidade católica, por exemplo, os de “cima” – no sentido hierárquico - enviavam os padres. Cabia ao padre conquistar sua comunidade. Os projetos vinham de “cima”, mas a realização vinha de “baixo” – da comunidade.

Isso é uma regra nem sempre estipulada verbalmente, mas em acordo inconsciente de cada parte envolvida. Ou por acaso alguém fez algum grande templo religioso primeiro pra depois chamar a população, sem saber se ela viria?

A necessidade gera, o contrário não existe.

No texto anterior (Nº 01) falamos da dificuldade em irmos ou encontrarmos um terreiro, por causa do medo ou pelo fato dos terreiros estarem no fundo de quintais de umbandistas, o que reforça a crença de muitas pessoas que acham que é para se esconder.

Por isso é que chamamos você para essa reflexão: “sou apenas alguém em busca de ajuda, ou sinto carinho por esse lugar e pela doutrina?”.

Lembre-se, a Umbanda é para todos! Não se sinta cobrado em responder esse questionamento aos guias e médiuns. Responda para o seu coração e não tenha medo em admitir qualquer resposta. O tempo responderá para quem ainda não sabe.

É preciso começar a quebrar o muro que nos separam uns dos outros e apagar as trevas da ignorância para que a religião Umbanda não fique nos fundos dos nossos corações também. Para que a religião se manifeste, é preciso a manifestação dela dentro de cada um e isso é regra para qualquer religião.

Procuramos em tantos caminhos encontrar o mesmo Deus e às vezes demoramos a encontrar. Se para você a Umbanda é o seu caminho, então venha caminhar com a gente. E em caso de qualquer dúvida, procure os sacerdotes da casa ou algum filho de fé.

Axé!

2 comentários:

  1. Demora, mas a gente acaba encontrando o caminho q é nosso. Fico feliz por chegar ao lugar q meu coração sempre buscou. E agradecida por conhecer tantos outros lugares antes de chegar até aqui,eles foram pontes e importantes pra me preparar e amar a Umbanda como eu amo, pra amar a casa q me acolhe a cada sexta-feira com todo o amor do mundo.

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  2. Axé irmã todos são sempre bem vindos nesse terreiro, continue assim. Um abraço Mãe Regiane.

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